domingo, 28 de dezembro de 2025

Os quatro grandes, de Agatha Christie

 

Capa do livro os quatro grandes. Fundo vermelho e o numero quatro grande e a sombra de quatro pessoas


Os Quatro Grandes é um romance policial que mistura espionagem, luta pelo poder, assassinatos e Hercule Poirot enfrentando um de seus maiores desafios.

Agatha Christie é a rainha do romance policial e Hercule Poirot é, depois de Sherlock Holmes, o mais famoso detetive da literatura mundial. Suas mais famosas aparições estão relacionadas a um determinado padrão, ou fórmula, que fez muito sucesso: assassinatos cometidos em uma localidade restrita — uma casa ou vilarejo —, suspeitos bem delimitados, todos com motivos e oportunidades, e Hercule Poirot se utilizando da psicologia para encontrar o culpado. As famosas células cinzentas sendo postas à prova.

​Essa fórmula foi responsável por grandes obras da Dama do Crime, como: O Assassinato de Roger Ackroyd, Assassinato no Expresso do Oriente, Morte no Nilo e outros. Mas neste livro, Agatha Christie decidiu apostar em uma fórmula diferente, que foge do padrão estabelecido.

​Resenha de Os Quatro Grandes

O romance foi escrito em 1927, no período entre as duas grandes guerras mundiais. O tema da espionagem estava a todo vapor na literatura, e as teorias envolvendo grandes potências e tentativas de dominar o mundo tinham grande apelo junto ao público.

​Hercule Poirot descobre uma organização formada por quatro pessoas que desejam dominar o mundo: um chinês, um americano rico, uma francesa e um inglês mestre dos disfarces.

​O aparecimento de um homem no apartamento de Poirot e sua posterior morte colocam o detetive numa caçada aos Quatro Grandes.

​De todos os vilões, o que mais é citado e rivaliza com Poirot é o número quatro. Um mestre dos disfarces capaz de enganar Poirot várias vezes. Algo raro nos romances da Dama do Crime.

Hastings, eterno companheiro de Poirot, ajuda-o nessa aventura de salvar o mundo. A palavra aventura é usada algumas vezes no romance e combina com a história. Fugindo do padrão dos casos investigados por Poirot, este assemelha-se, acima de tudo, a uma aventura.

​A história transcorre em um período de vários meses, os eventos ocorrem em vários lugares diferentes e, mais de uma vez,a vida de Poirot e Hastings é colocada em perigo.

​Confesso que não é um dos meus livros preferidos de Agatha Christie. Gosto da fórmula tradicional já citada no texto. Essa nova fórmula assemelha-se muito às histórias de Tommy e Tuppence e não acredito que combine com Poirot. É quase como se Agatha quisesse colocar Poirot em uma história de James Bond.

​Apesar das ressalvas, é uma boa leitura para passar o tempo e conta com algumas curiosidades interessantes, como:

​O Brasil é citado, um possível irmão gêmeo de Poirot é apresentado e os famosos bigodes…

​Enfim, um romance que foge da fórmula estabelecida, estando em uma prateleira abaixo das principais obras da Rainha do Crime.

Gosta de Agatha Christie? Leia a resenha de Um pressentimento Funesto.



sábado, 27 de dezembro de 2025

Um pressentimento funesto, de Agatha Christie



Em "Um Pressentimento Funesto", reencontramos o casal mais famoso de Agatha Christie: Tommy e Tuppence. O casal aventureiro chegou à meia-idade e vive uma vida pacata, mas, após uma visita à tia do casal em um asilo, uma trama envolvendo crianças assassinadas, casas amaldiçoadas e um pequeno vilarejo típico dos romances de Agatha Christie toma forma.

Resenha de Um Pressentimento Funesto

Tommy decide visitar sua velha tia Ada no asilo Sunny Ridge. Enquanto o sobrinho conversa com a tia, sua esposa Tuppence conhece uma velhinha que pergunta:

“Desculpe, mas a coitadinha era sua filha?”

Essa frase estranha e impactante leva Tuppence a ter um pressentimento e, após o sumiço da velhinha, aliado a uma pintura que pertenceu a ela (uma bela casa em um vilarejo), Tuppence decide procurar a idosa e a casa da pintura.

Tommy e Tuppence

Eu sou apaixonado pelos livros da Dama do Crime, Agatha Christie, mas confesso que as aventuras de Tommy e Tuppence nunca me agradaram — principalmente aquelas ligadas à espionagem. Sempre preferi os detetives Poirot e Miss Marple e histórias sem tanta ação, centradas em um ambiente restrito (vilarejo) e soluções baseadas na lógica. Mas confesso que gostei do romance, sendo uma boa aventura policial.

Os trechos ambientados no pequeno vilarejo são o ponto alto da obra, quase dando a impressão de que, em qualquer esquina, Miss Marple aparecerá.

O romance não segue a velha fórmula de suspeitos bem delimitados e uma série de fatos aqui e ali para serem filtrados e catalogados pelo leitor. Assemelha-se quase a um romance de aventura, mas, apesar disso, conseguimos encontrar a famosa atmosfera presente nos livros de Agatha Christie: um pequeno vilarejo, assuntos do passado varridos para debaixo do tapete e pessoas escondendo segredos.

Uma boa leitura para relaxar nas férias.

Gosta de romances policiais ? Leia outras resenhas policiais.

Dança com a morte, de Jeffery Deaver.

O estrangulador, de Sidney Sheldon

A garota no trem, de Paula Hawkins


sábado, 20 de dezembro de 2025

Crônicas da Fundação, de Isaac Asimov


Capa do livro Crônicas da Fundação, de Asimov



O romance "Crônicas da Fundação" foi o último livro escrito da série "Fundação"; porém, seguindo a ordem dos acontecimentos, foi o segundo livro da série.
 No primeiro livro, "Prelúdio à Fundação", temos contato com o início da psico-história e com um Seldon — matemático responsável pelo desenvolvimento dessa ciência — ainda jovem, demonstrando insegurança sobre a efetivação dessa junção entre comportamento social e matemática.

Resenha de Crônicas da Fundação

No segundo livro, a psico-história já é uma realidade, faltando apenas alguns ajustes para que ela possa ser utilizada. Contudo — como no primeiro livro — ainda está em perigo, sendo ameaçada tanto por aqueles que querem se apoderar desse conhecimento quanto por aqueles que querem se aproveitar da decadência do Império Galáctico para tomar o poder.

Diferentemente do primeiro livro, no qual a história é narrada em um período de tempo contínuo, sem grandes saltos, no segundo livro temos contato com quase quarenta anos de história, sendo dividida em quatro partes. Em cada uma dessas partes, um personagem é destacado, tendo um papel imprescindível para o desenvolvimento da psico-história.

Na transição de uma parte para outra, ocorre um salto de mais ou menos dez anos no tempo. Com isso, cada história — apesar de ser influenciada pelos acontecimentos da anterior — tem uma certa independência, fazendo com que o livro aparente ser uma coletânea de contos.

O leitor que porventura já tenha lido "Prelúdio à Fundação" irá acompanhar o desenrolar da vida de Seldon com o coração na mão, pois, a cada parte do livro, Seldon fica mais velho e mais perto do fim. Neste livro, acompanhamos o desfecho de todos os personagens que apareceram no primeiro livro, dando um fechamento para a primeira parte da Fundação e uma imensa curiosidade de como a psico-história lidará com o sombrio futuro a caminho.

Crônicas da Fundação foi o último livro da série Fundação escrito por um Asimov que também se aproximava do seu fim. Nele, nos despedimos de um personagem extremamente humano que, nos outros livros, será cultuado como um deus.

Nota: 10.

As sandálias do pescador, de Morris West

 

Capa do livro As Sandálias do Pescador de Morris West


Livro publicado em 1963,tem por tema a eleição e os primeiros meses de papado do pontífice fictício K Lakota. Papa ucraniano que passou 17 anos preso pelos soviéticos. 

Nesse livro,  Morris West contrói uma trama que promete. Após a morte do papa, um sacerdote ucraniano que passou 17 anos na prisão é eleito papa. A eleição de K Lakota causa comoção e apreensão em Roma. Acompanhamos os pensamentos do papa registrados em diário.   Neles, Lakota demonstra toda a sua humanidade, suas dúvidas  e dificuldades de se achegar a Deus. Seus conflitos internos são as melhores partes da história,  bem como sua relação com o mandatário da União soviética, que fora seu carcereiro.

Outras tramas paralelas são construídas,  podendo apontar uma jovem viúva que perdera o rumo e a fé, um padre cientista que busca revolucionar o pensamento da Igreja e um jornalista americano que busca a anulação do casamento de sua amante para poder despojsa-lá. 

Temas como fé,  desgraças,  guerras,  geopolítica,  homossexualidade e outros são tratados nessa história.  Alguns com uma tentativa de profundidade e reflexão,  outros de forma bem estereotipada e rasa. 

Análise de As Sandálias do pescador 

A história demonstra muito potencial no início e apresenta personagens interessantes, contudo alguns acabam não sendo trabalhados ou tendo grande destaque ,enquanto outros patinam sem ir a lugar algum.

No geral , o livro é prazeroso e a história flui ; contudo, terminamos a leitura com um gostinho de que poderia ter sido melhor.

Um bom livro para passar tempo.