
A capa do livro, na edição da Editora Portugália, chama a atenção pela quantidade variada de tramas realçadas no canto esquerdo inferior, indo desde chantagem e alta finança até o serviço secreto, passando pelo presidente dos EUA e líderes revolucionários do Oriente Médio.
A descrição do livro dá uma pista da confusão com a qual o leitor se deparará pela frente. O leitor, durante as primeiras páginas, não sabe ao certo em qual trama a história se centralizará. O fato de diversos personagens desfilarem pelas primeiras páginas gera uma dificuldade para o leitor guardar os nomes e características de cada um; com isso, as primeiras páginas se tornam confusas.
Resenha de Intriga Internacional
Inicialmente, nos deparamos com um assassino árabe disposto a tudo para cumprir suas ordens. Servo fiel de um regime autocrático, utiliza-se de cruéis habilidades homicidas para cumprir sua missão de morte na Riviera francesa.
Uma trama internacional relacionada a esses homicídios cometidos pelo árabe toma contorno. Nela, a invenção de um carro movido a energia solar, juntamente a uma crise mundial do petróleo, se apresenta como mote da trama que se desenrola na Riviera Francesa, envolvendo agentes secretos franceses, israelenses e americanos.
A ameaça de um pequeno país do Oriente Médio de destruir parte das reservas de petróleo do continente asiático leva os EUA, grandes importadores dessa commodity, a arquitetarem uma invasão ao país — invasão essa que levará a uma interrupção da importação de petróleo. No intuito de impedir o caos que será gerado pela falta de gasolina, a General Motors, utilizando-se dos serviços de um cientista excêntrico, desenvolve um projeto de um carro movido a energia solar.
O ditador árabe, sabendo desse projeto, manda seu fiel assassino atrás desse brilhante cientista que permanece no anonimato, dificultando a ação do matador. Um velho general francês, ligado a uma organização francesa de espionagem, começa a seguir a trilha de homicídios. Com isso, temos um assassino árabe, um cientista excêntrico, um velho general francês, além de um casal de americanos de férias na Riviera que, por inconsideração, acabam envolvidos nessa trama.
Curiosamente, o assassino passa a maior parte do livro empregando seus esforços no intuito de matar o casal em vez do cientista, que, apesar de sua importância no desfecho dessa trama, acaba ficando em segundo plano na história.
As razões que levaram o presidente americano a arquitetar uma substituição da produção automotiva americana não ficam claras ou convencentes no livro, sendo facilmente refutadas pelos inúmeros esforços militares colocados em prática nas últimas décadas pelos americanos em países do Oriente Médio. Ou seja, controlar esses países se mostra mais viável do que recriar a produção automotiva americana.
O romance, em alguns momentos, acaba se tornando maçante, exigindo certo esforço devido à incapacidade de a trama cativar o leitor. Portanto, o romance acaba tendo uma qualidade inferior aos tão famosos romances de espionagem já lançados.
A premissa do romance — crise do petróleo e tentativa de fabricação de um carro movido a energia solar — é um tema que atrai o leitor; contudo, o autor não soube desenvolvê-lo de uma forma que o leitor comprasse a história, tornando, com isso, o livro de qualidade mediana. O excesso de páginas (290), além de personagens, dificulta o ritmo da leitura, porquanto o leitor acaba pulando de subtrama em subtrama, deixando o livro confuso e cansativo.
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