sexta-feira, 21 de julho de 2017

Prelúdio da Fundação, de Isaac Asimov


Capa do livro Prelúdio da Fundação, de Asimov


Prelúdio à Fundação é um livro pertencente à série "Fundação" escrito por Asimov no ano de 1988. Asimov, sendo um dos maiores autores da ficção científica mundial, foi autor da série "Fundação", reconhecida por parte da crítica especializada como a melhor série de ficção científica e de fantasia de todos os tempos. 

A série Fundação tem uma ordem de lançamentos que diverge da ordem dos acontecimentos, porquanto Asimov, nos anos 50, escreveu os três livros que, para ele naquela época, comporiam a série Fundação, sendo eles: Fundação, Fundação e Império e Segunda Fundação. Contudo, anos depois, devido à pressão de fãs, decidiu expandir a série escrevendo dois outros livros que se passam após os acontecimentos narrados nos três livros iniciais, sendo eles: Limites da Fundação e Fundação e Terra.

Nos anos oitenta, Asimov decidiu escrever mais dois livros que se passam antes dos acontecimentos dos três primeiros livros, sendo eles: Prelúdio à Fundação e Origens da Fundação. Com isso, levando-se em consideração a ordem dos acontecimentos, a série Fundação possui a seguinte ordem: 
Prelúdio à Fundação, Origens da Fundação, Fundação, Fundação e Império, Segunda Fundação, Limites da Fundação e Fundação e Terra.

Resenha de Prelúdio à Fundação

A série é ambientada em um futuro distante no qual o planeta Terra não existe mais e a humanidade foi obrigada a habitar diversos planetas de uma galáxia onde existem condições propícias para a vida humana. O sistema político vigente da galáxia é o Império, estando toda a galáxia subordinada ao imperador que vive em seu palácio no planeta Trantor, planeta sede do Império.

O planeta Trantor é o mais importante e desenvolvido da galáxia. Ele é quase todo recoberto por uma cúpula que o protege das intempéries do tempo. Com isso, a condição climática do planeta é produzida artificialmente. Além disso, eles contam com naves que voam na velocidade da luz e elevadores muito parecidos com aqueles da série Futurama, nos quais a pessoa é sugada por um tubo.

Psico-história


Nesse mundo futurista, um matemático chamado Hari Seldon desenvolve os princípios de uma união entre matemática e comportamento social, chamada por ele de psico-história. Para ele, a psico-história seria capaz, através de cálculos matemáticos, de prever os possíveis futuros, segundo as decisões que a humanidade tomasse. Essa psico-história chama a atenção dos poderosos, inclusive do imperador Cleon I, que deseja utilizar Seldon como um oráculo, com o intuito de manipular a ciência para atender aos seus desejos. Com ajuda de um homem misterioso chamado Chetter Hummin, Seldon consegue escapar das garras do Imperador, tendo a possibilidade de desenvolver a psico-história.

Prelúdio à Fundação é o primeiro livro da série, porém, em ordem de lançamento, é o penúltimo publicado. Nele, temos contato com Seldon jovem, ainda em vias de desenvolver a psico-história. Apesar de a mesma ainda não estar efetivada, ela já desperta o interesse de diversos poderosos que querem se utilizar dela para seus propósitos.

Com a ajuda de Hummin e Dors Venabili — uma historiadora que toma para si a tarefa de proteger Seldon durante a fuga — Seldon empreende uma jornada pelo planeta de Trantor, tendo em seu encalço os homens do Imperador Cleon e outros poderosos que querem se apoderar de Seldon e sua psico-história.

Reprodução de uma cidade futurista

Prelúdio à Fundação é centrado na fuga de Seldon, juntamente com as primeiras tentativas do matemático de desenvolver a psico-história. Ao longo de sua fuga, Seldon passa por diversas regiões do planeta Trantor, cada região com uma cultura própria. A força do livro está na descrição dessas regiões, bem como nas confusões que aguardam Seldon em cada uma delas. Pode-se destacar: uma região em que todos os habitantes raspam todos os pelos do corpo, inclusive do couro cabeludo. Para eles, os pelos do corpo são extremamente eróticos, sendo indecente mostrá-los em público. Outra curiosidade sobre essa região é que, apesar de não existir religião, todos os habitantes carregam consigo um livro que conta a história daquele povo quando habitavam um outro planeta chamado Aurora, em uma época em que todos os seres humanos habitavam um único planeta.

Outra região que chama a atenção é uma área periférica do planeta, podendo ser considerada uma região subdesenvolvida dominada pela violência. Nela, Seldon e Dors passam por diversos perigos, além de visitarem uma mulher considerada uma vidente. Através dela, eles têm contato com a lenda de que a raça humana surgiu inicialmente em um único planeta, chamado Terra. Segundo ela, nesse planeta existiam robôs que se pareciam com os humanos, ou seja, inteligência artificial.

Neste primeiro livro, não temos muito contato com a psico-história, sendo a história centrada na fuga de Seldon, personagem carismático, assemelhando-se muito ao personagem Sr. Pickwick, de Dickens. Seldon é um matemático extremamente inteligente, porém deslocado da realidade. Com isso, é incapaz de perceber os perigos que o cercam, além da necessidade de seguir as convenções sociais. As confusões em que ele se mete rendem momentos engraçados que, juntamente com a descrição dos lugares por onde passa, fazem com que a leitura seja muito agradável.

Fundação é uma série de ficção científica que empolgou e continua a empolgar leitores por todos os cantos da galáxia, sendo uma leitura fundamental para os fãs do gênero.
Aproveite e leia a nossa resenha de outro clássico da ficção científica: O caçador de Androides, de Philip Dick





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