sexta-feira, 16 de junho de 2017

Mr. Mercedes, de Stephen King



Capa do livro Mr. Mercedes, de Stephen King


O romance, publicado em 2013, foge da temática que consagrou Stephen King como o mestre do terror contemporâneo. Neste romance, King desenvolveu o famoso modelo de romance policial centrado na dualidade entre o herói, um policial aposentado, e um vilão, que se julga superior a tudo e todos.

Desenho de um homem segurando uma arma

Resenha de Mr. Mercedes


Logo no começo do romance, entendemos o porquê de se chamar Mr. Mercedes. Um assassino em série pratica um atentado atropelando, com um Mercedes, pessoas que estavam em uma fila de emprego. O detetive Hodges, prestes a se aposentar, investiga o atentado sem ser capaz de achar o culpado.

Algum tempo após a aposentadoria, vivida entre ficar na frente da televisão e pensar em suicídio, Hodges recebe uma carta do assassino do Mercedes. Nessa carta, o assassino zomba de Hodges e o convida a tentar, mais uma vez, pegá-lo. Hodges não leva a carta à polícia, tomando para si a missão de pegar o assassino do Mercedes.

Esse tipo de romance policial difere do tipo consagrado por Agatha Christie, que era centrado no mistério de descobrir quem é o assassino. No livro de King, logo nas primeiras páginas temos contato com o assassino, sabendo os seus motivos, bem como os seus futuros planos. Com isso, a emoção está presente na caçada, ora empreendida pelo detetive aposentado Hodges, ora pelo próprio assassino, que planeja matar Hodges.
Desenho de guarda-chuva

O livro se desenvolve em um ritmo acelerado, sendo essa uma característica dos romances policiais, sem se alongar nas descrições, privilegiando, com isso, a ação. O romance é repleto de clichês, tais como: o policial aposentado depressivo, o assassino com complexo de Deus, policiais totalmente perdidos ou sem muito interesse em ouvir o detetive aposentado, etc.

Apesar desses clichês, a história se desenrola de forma agradável e emocionante, perdendo um pouco o rumo na segunda metade, onde uma série de acontecimentos coloca em xeque a decisão do detetive aposentado de deixar a polícia de fora, inclusive colocando a vida de um adolescente e de uma mulher com problemas mentais em risco, devido à teimosia — não explicada de forma consistente — de deixar a polícia de fora.

No geral, o livro é bom e o leitor tem tudo para se sentir preso pela história até o seu desfecho; contudo, sem dúvida, existem romances policiais superiores a Mr. Mercedes.